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Então é assim que acho que isto vai correr:

 

Melhor Filme - Boyhood - já conversámos sobre isto, não é verdade?

Melhor Ator - Ed Redmayne (A Teoria de Tudo) - fiquei fã da sua voz de tenor em Os Miseráveis e acho que o talento que revela neste filme vale definitivamente um Oscar.

Melhor Atriz - Julianne Moore (O Meu Nome é Alice) - finalmente!

Melhor Ator Secundário - Edward Norton (Birdman) - aí com uns dezasseis anos de atraso.

Melhor Atriz Secundária - Patricia Arquette (Boyhood) - não percebo!

Melhor Realizador - Richard Linklater (Boyhood) - e aqui acho mesmo que merece.

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publicado às 22:52

Boyhood

20.02.15

Domingo é dia de Óscares e eu estou aqui com uma dúvida quanto ao grande favorito a Melhor Filme - Boyhood, de Richard Linklater.

 

Para mim, fica aquém do que prometia. Por um lado, não acho que seja aquele filme que prenda invariavelmente o espetador ao ecrã e, considerando que o objetivo é retratar a vida normal, aquele jovem está longe de ser o jovem médio e ainda mais longe de ser o típico jovem americano. Só que, por outro lado, o comprometimento necessário para rodar um filme durante doze anos, seguindo sempre a mesma linha criativa, e a simplicidade com que retrata o quotidiano deixam-me dividida. E, claro, aquilo que talvez mais valha um Óscar, a ideia base, que mostra que as nossas vidas, de qualquer pessoa, davam realmente um filme.

 

Afinal, talvez a vitória não seja assim tão descabida, se considerarmos mais o conteúdo do que a forma..

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publicado às 09:47

O post de dia 1

03.01.15

Se a preguiça não tomasse infalivelmente conta de mim em todos os primeiros de janeiro, teria escrito este post nesse dia. Era esse o meu plano. Agora fica aqui ao sábado, que não é o melhor dos dias para estas coisas, mas como já vai com algum atraso, terá que ser. Na verdade, ando à procura de uma desculpa desde que vi este discurso, em direto, numa madrugada de setembro. A chegada de um novo ano pareceu-me apropriada.

 

Eu gosto de cinema. Não tanto como de livros ou viagens, mas mais do que de música ou teatro. Não sou aficcionada. Não vejo tantos filmes quantos gostaria, nem sequer vou muito ao cinema. Mas gosto. E, nos anos mais recentes, tenho começado a gostar de séries. Das mais variadas e nenhuma seguida ao episódio. Mas gosto. Quase por consequência, os resultados dos prémios relacionados dizem-me alguma coisa. Nos últimos Emmys, Bryan Cranston venceu, com a maior das justiças, o Emmy de Melhor Ator Principal numa série dramática. Já falei disso aqui e nao vou voltar a fazê-lo. Desta vez não é sobre o seu trabalho que escrevo, mas sobre o seu conselho. Ao aceitar o seu quarto Emmy pelo desempenho como Walter White, Bryan Cranston mostrou que tem mais a dizer do que as falas das suas personagens.

Não sei porque fui agraciado com tanta sorte na minha vida. Eu era um miúdo que procurava sempre o atalho. Um malandro. A minha própria família chamava-me Chico Esperto (...) Acabei por tropeçar e encontrar uma paixão que plantou uma semente que desabrochou em algo tão maravilhoso para mim. Eu adoro atuar. É uma paixão minha e vou fazê-lo até ao meu último suspiro. Posso apenas dizer que estou grato por tudo o que me tem acontecido. (...) Por fim, quero dedicar este prémio a todos os Chicos Espertos do mundo que pensavam que contentar-se com algo medriocre era uma boa ideia porque era seguro. Não o façam! Arrisquem, tentem, encontrem essa paixão, reacendam-na, apaixonem-se de novo. Vale mesmo a pena.

 

Que todos possam encontram essa paixão hoje, amanhã, o mais rápido possível e, se não puder ser este ano, então que seja noutro porque nunca será tarde até se parar de tentar.

publicado às 10:09

Após prolongada ausência para comer os chocolates que recebi no Natal (a minha dieta começa no ano novo, portanto, não dá para facilitar), volto com "O Melhor de 2014 - séries".

 

Quase nem valia a pena escrever este post. Bastava remeter para este sobre os Emmys. Vou então começar por fazer batota e escolher duas séries, uma de comédia e outra de drama. As escolhas são óbvias e clichés: A Teoria do Big Bang e Breaking Bad. A primeira é, de muito longe, a minha comédia atual favorita e não percebo como nunca ganou o Emmy ou o Globo de Ouro de Melhor Série de Comédia. A minha segunda escolha é ainda menos original: o final de uma aclamada série de culto, por muitos considerada a melhor série de sempre. Os motivos destas escolhas são comuns: o argumento, o elenco e a direção. Mas a escolha final terá que ser Breaking Bad. Tem um ponto extra com a sua brilhante fotografia, traz a vantagem de retratar a terrível realidade do mundo da droga e soube encontrar o seu fim. É que eu tenho esta teoria que uma boa série sabe quando deve terminar e acho que Breaking Bad soube fazê-lo numa perfeição que levará a série a ser vista por longos e bons anos.

 

A quem nunca viu (há alguém?), vejam e tentem não engolir todas as temporadas de rajada. Desafio-vos.

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publicado às 18:37

Este não foi propriamente um ano em que tenha ido muito ao cinema, ou sequer visto muitos filmes, mas a escolha para mim é mesmo simples. Os Maias, de João Botelho. Já falei disso aqui. Da perfeição do elenco, da atualidade da obra, do guião que é a escrita de Eça, da inteligência do realizador ao utilizar os poucos recursos a seu favor, pintando uma Lisboa surreal, em que todos ostentam e se arrogam, mas que formam uma sociedade frágil e decadente. Tudo isto me faz escolher Os Maias, mas a principal razão é outra. Eça de Queirós é um dos maiores escritores portugueses de todos os tempos, não só pela sua literatura crítica e interventiva, com descrição minuciosa e visualismo cuidado, histórias complexas e intrincadas, expoente máximo da corrente realista, mas, também por a sua obra se manter, ainda que tristemente para todos nós, atual, com um país que continua a reboque das grandes potências europeias, com pessoas que continuam a viver de aparências e ilusões e que (e aqui, penso, a tendência começa a inverter-se) com uma cultura estrangeirista, que apenas valoriza o que há fora, com absoluto desvalor do que é nosso. Ainda que o filme não possa, de forma alguma, substituir a leitura do livro, Botelho trouxe Eça ao grande público e não o fez de qualquer forma, mas com a mestria, o realismo e a justeza que um dos maiores clássicos da literatura portuguesa merece.

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publicado às 12:40

Vi os dois últimos episódios da quinta temporada de Uma Família Muito Moderna. (Atenção: spoilers a partir deste ponto.) Nestes episódios, Mitch e Cameron casam-se. Tudo parece correr mal, desde não terem os fatos de casamento a incêndios no local da cerimónia, mas o grande problema é Jay, o pai de Mitch, que, embora aceite a homossexualidade do filho, não está propriamente de acordo com o casamento. Só que, claro, no final, tudo fica bem porque Jay acaba por perceber que a única coisa que realmente importa é a felicidade de Mitch.

 

Gosto desta série, mas vejo-a sempre como a rival que arrebanha todos os prémios a A Teoria do Big Bang, essa sim, a minha favorita. Mas acontece que eu tenho esta teoria que o mundo tem finalmente de aceitar que todos temos o direito de sermos livres. Sim, claro, livres para votarmos em quem quisermos e expressarmos as nossas opiniões sem medos, mas também livres de preconceitos, de más línguas, de estereotipos, de olhares de lado. Sentir-se preso dentro de si mesmo ou ser rejeitado por aqueles que amamos não deve ser uma escolha que ser humano algum deva enfrentar. Por este motivo, esta única cena vale toda a sombra que a Família tem feito ao Big Bang. Uma série assim, que inspira as pessoas a aceitarem-se mutuamente e a nunca desistirem de serem felizes, relembra-me a célebre frase de Edward R. Murrow - a televisão "pode ensinar, pode iluminar e, sim, pode até inspirar. Mas apenas o pode fazer se os humanos estiverem determinados a usá-la nesse sentido. Caso contrário, não passa de cabos e luzes dentro de uma caixa. Há uma grande e talvez decisiva batalha a ser travada contra a ingnorância, a intolerância e a indiferença. A televisão pode ser uma arma útil."

 

Não deixem de ver os episódios.

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publicado às 09:00

Não sei! Nunca detestei um dos seus filmes, mas também não acho que seja caso para tanta festa. Ontem, vi (outra vez) a primeira parte do Kill Bill com o E. Há uma fulana que entra num restaurante e mata umas quantas pessoas, todas especialistas em artes marciais, para depois matar uma última pessoa, a quem, com um golpe de espada, tira o escalpe. (Também já vi os Sacanas Sem Lei. Que raio de fetiche tem este realizador com escalpes?) Mas o meu problema nem são as histórias inverosímeis. Acho até que alguns dos filmes tem muito potencial. Reconheço que a técnica cinematográfica é perfeita, as interpretações são, em regra, excelentes e as escolhas musicais são quase sempre boas. O que me chateia mesmo é o sangue. Acaba sempre com tudo a explodir em jatos de sangue.

 

Sim, tenho definitivamente um problema com Tarantino. Não o percebo.

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publicado às 12:43

Shamy

22.11.14

Gosto d' A Teoria do Big Bang. Não sou assim a grande fã que não perde um episódio, mas sempre estou a ver televisão e apanho um, vejo. Das comédias atuais é a minha favorita, com o seu humor permanente, personagens excêntricas que tentam adequar-se ao mundo normal (e vice-versa) e um elenco que funciona. Tem também o romance mais improvável e aparentemente disfuncional do universo: Sheldom e Amy (Shamy). 

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Amy anseia por um namorado há anos. Sheldon nunca quis uma mulher na sua vida. Estão a encontrar-se a meio do caminho. Funciona! A evolução da sua relação, ainda que extremamente lenta, é, na minha humilde opinião, absolutamente certa. Com a naturalidade e a serenidade que dão solidez às coisas e um ritmo imposto, não pela sociedade, mas pelos próprios, através de série de compromissos cómicos de parte a parte.

O mundo televisivo está a rebentar de casais aparentemente "melhores". Com mais química, mais emoção, muito mais entusiasmo e que encaixam nos padrões sociais do romântico. Ainda assim, estes dois cientistas esquisitos e inadequados são bem capazes de se terem tornado num dos casais mais interessantes e atrativos da televisão americana. Com o talento dos seus criadores e as interpretações brilhantes de Jim Parsons e Mayim Bialik, Sheldon e Amy mantêm muito espetador agarrado ao ecrã e provam a maior de todas as teorias: que o amor não é uma fórmula exata.

publicado às 14:20

Era uma vez...

12.11.14

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A única série que eu sigo com regularidade é Era Uma Vez. Sim, podem chamar-me fatela à vontade, mas é a verdade. E gosto por vários motivos. Primeiro, pelo conceito de uma série que pais e filhos possam e queiram ver juntos. Depois, pela forma brilhante como os criadores pegam nas histórias que todos conhecemos e as tornam numa só, com novos contornos, mas os mesmos conteúdos. Claro, também por esses conteúdos, que são todos os valores imbuídos nos contos de fadas - que o que realmente importa não está à vista dos olhos, que há sempre esperança e vale sempre apena acreditar, que existem finais felizes. Por último, porque todos nós crescemos a ouvir contos de fadas e, de alguma forma, eles ficam connosco. É por isso que os contamos aos nossos filhos e, no fundo, vamos acreditanto. Não que uma fada nos vai dar sapatos de cristal ou que um espelho nos devolve uma resposta, mas que a vida pode mudar para melhor de um dia para o outro. É por isso que jogamos no Totoloto ou no Euromilhões. Porque queremos e acreditamos em finais felizes.

 

Mas este texto fugiu um pouco do seu propósito: um dos atores da série. Robert Carlyle interpreta quatro personagens numa só: Mr. Gold, a sua personagem do mundo real; o Monstro, d'A Bela e o Monstro; o Crocodilo, do Peter Pan; e Rumpelstiltskin, do conto homónimo. É estupendo! Todas aquelas personagens, o que representam e o que exigem, os maneirismos e a dicção, executados na perfeição. A verdade é que todo o elenco foi escolhido a dedo - a semelhança com as personagens é sempre abismal, mesmo as participações especiais - mas Robert Carlyle puxa dos galões. Não lhe tem valido prémios (não esse tipo de série), nem outros papeis, mas espero que isso mude. Desde que não abandone a pele do sinistro, irónico e controverso Rumpelstiltskin, obviamente.

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publicado às 10:10

Ontem foi a première do terceiro filme da saga The Hunger Games e eu tenho a fã número um cá em casa.

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Pensei que a miúda não ia dormir. Até já queria comprar os bilhetes (em Portugal estreia dia 20).

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Mostrou-me fotos da Jennifer Lawrence de todos os ângulos possíveis. Eu disse "hum, está bonitinha". Ela fez cara de má e disse "chiu!". Parece que ofendi a santa. Tenho umas Avé Marias para rezar.

publicado às 09:42


Joana

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Neste mar

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